segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Visita

Só hoje, não me pergunte as horas. Sente-se, seja bem vindo!
Compartilhe do silêncio de quando se quer provar nada a alguém.
Fale tudo que quiser falar, só por favor, tire os sapatos e deixe a raiva estendida do lado de fora junto ao seu guarda-chuva com listras de ouro.

"Quero ter alguém com quem conversar, alguém que depois, não use o que eu disse contra mim" - Andrea dorea, Legião Urbana.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sobre tudo

Não quero saber quem você tenta ser.
Não hoje.
Me poupe do "como vai você".
Não queria saber o que fiz de bom hoje.
Caso insista, tudo bem, ouvira só palavras.

Minha mente dói.
Falta de confiança me atrapalha.
Olhar machuca.
Pensar a respeito piora.
Fazer de tudo para que não falem mal a seu respeito devia ser um crime.
Sorrir, não quero.

Me fizeram diferente, me criaram no lugar errado.

Hey,
Você leitor,

SEU OTÁRIO, ISSO, VOCÊ MESMO, RETARDADO.
VOCÊ É UMA CRIANÇA QUE IMPLORA POR UM BRINQUEDO, E, QUANDO O GANHA, BRINCA POR 2 OU 3 MOMENTOS E DEPOIS DEIXA DE LADO.

Só lembra de novo quando já o perdeu.

Sei disso por que sou igual você, infelizmente.
Não quero sua amizade. Guarde-a para outros.
Me esqueça um pouco, como tem feito.
Acredite, eu minto, igual você.
Acredite também, fazemos parte de um nada.
Só não digo para me odiar, pois pra isso você precisa lembrar de mim.
Eu minto, igual você.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Uma frase óbvia

Essa sensação de cheio no vazio do fundo, que estontece fazendo de novo eu ver o quanto complicado ser gente é fazer o que a permissão de mim mesmo não permitia e agora não permite não permitir.

Estrelas

Hey,
Vamos procurar a verdade?
Nããão, não essa verdade.
A verdade.
A sua você guarda com você.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Passado

Estava tão tranquilo de pé e no aperto do ônibus, seria só mais uma viagem comum como todas as outras. Sem mais nem menos, por conta do destino, olha um olhar de um desconhecido que muito se conhece surgindo.
O olhar é devolvido, e em seguida mergulhado no passado, lá ficou.
Por descaso humano, nada acontece.
Só mais um dia comum em um ônibus apertado.
Fim de tarde.
Descaso atacando de novo.
Jeito humano sem graça e vingativo, basta não falar oi adequadamente, que, então, ja é motivo pra esquecer qualquer passado.

Humans.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Você não conhece ninguém

Somos previsíveis, só que tentando fazer o imprevisível.

O mais legal é procurar o que está diferente.
O mais legal é se adaptar pra depois se adaptar de novo.
O mais legal é não saber, pra ter o que descobrir.
Legal mesmo é ir pra direita quando você mesmo estava planejando ir pra esquerda.
Mexer onde não se deve então, tem coisa melhor?

Enfim. vamos FUGIR.

Assombração

Queria descobrir por que eu tenho essa sede por decepção.
Está tudo bem, tudo andando muito bem, até que um dia eu canso.
Eu canso de tudo. Canso até de me cansar.

Como nada do que é será, fico comigo mesmo.
Eu, em busca do novo, sou minha própria assombração.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Tá bom

...
Senta aqui, espera que eu não terminei
Pra onde é que você foi
Que eu não te vejo mais?
Não há ninguém capaz
De ser isso que você quer
Vencer a luta vã
E ser o campeão
Pois se é no "não" que se descobre de verdade
O que te sobra além das coisas casuais
Me diz se assim está em paz?
Achando que sofrer é amar demais - ♪♫      los hermanos - tá bom

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Testamento

Quando nasci a primeira coisa que notei foram as cores. Acho que gosto das cores por não conseguir contá-las, assim como as estrelas.
Como era bom o ar ao meu redor, era puro, minha respiração me fazia sentir alegria de poder existir.

Minhas únicas companheiras me torturavam.
Eu sorria pois apesar dos ferimentos deixados em minhas pequenas folhas eu sabia que estava ajudando.
Amava os insetos não pelo fato deles me machucarem, mas pelo fato deles precisarem de mim.

Eu temia o frio da noite, mas é na noite que mora a lua, que banhava meu corpo com sua luz e graça. Ela espantava toda solidão que ali pairava.
Não que eu reclame da solidão, ela é necessária veja bem, mas as cores de uma noite sem lua são no mínimo melancólicas.

Sempre aproveitei cada raio de sol, nunca tive um motivo para tal, apenas sentia que ele fazia parte de mim, como se o calor que se emana saísse de mim, não dele.
Enquanto crescia a palavra amizade se tornava cada vez mais bela aos meus olhos, passei a estender minhas mãos para que cada pássaro que em mim pousasse pudesse ficar a vontade para construir sua casa.
Muitos preferiam outros galhos um pouco mais fortes ou mais secos, ou até mesmo lugares onde tenha mais sombra, porém, aqueles que ficavam tornavam minhas folhas grandes e verdes de alegria. A sensação de ser escolhida sem aparentar perfeição é apaixonante.

Me apaixonava vigorozamente por cada pássaro que fazia de meus braços tua família.
Ao decorrer da minha vida tive muitos momentos de variadas emoções, e o de maior prazer foi ver a mais feroz das feras selvagens escolhendo meu colo para descansar, a sensação de harmonia foi tanta nesse momento que eu me senti parte dela.
Vi que as cores tem vida.
O verde se torna vinho, o vinho se torna branco e o branco se torna verde novamente.
Frio, calor, gosto de ambos: Frio sem o calor é uma tortura, assim como o calor sem frio é um inferno.

Até que conheci a MAIS bela criatura, o homem.
Que ser magnífico!
Que ser cheio de poderes!
Da melhor maneira que consegui tentei demonstrar amizade, tentei me conectar com ele.
Quão atraído fiquei por sua beleza...
Mostrei a ele o mais bonito de meus dons, pintei o céu com minhas folhas de forma a criar linhas douradas de sol, dei a ele todas as cores que amei.
Tudo de mais belo que podia oferecer, ofereci ali.
Ele não viu.
Ele tinha uma venda em seu olho, uma venda e uma espécie de pica-pau barulhento.
A venda estava ali de propósito, era verde, verde com algumas escrituras, verde com a foto de outro homem estampada.
Eu gritei para que ele enxergasse, para que ele tirasse a venda, mais a venda cobria também seus ouvidos. O som do pica pau motorizado já cobria tudo ao meu redor.

Hoje eu peço ao rouxinol que em mim dormia que me desculpe.
Me desculpe por deixá-lo.
Espero que encontre um lar melhor do que o que eu pude lhe presentear, e, peço para que quando você sentir a presença de um ser tão belo quanto nossa própria mãe natureza, tome cuidado.
Aproxime-se da fera meu amigo, mas não de tal beleza.
Pois a fera possui ainda coração.

Atenciosamente,
De uma ex-amante das cores.